segunda-feira, outubro 31, 2005

Espelho, espelho meu...

Para quem não acreditava que eu ainda faria um blog, agora não é mais uma lenda...
depois de alguns meses decidindo se deveria ou não, e ainda, sem chegar a nenhuma conclusão, hoje apenas aconteceu.
Não possuo uma identidade relevante. Não sei se é vaidade. Não sei se é a morte de um hiato.
Não sei se estou adolescendo [uma coisa é idade cronológica, outra bem distinta é idade real] ou adultescendo.
Não sei se é vontade de pertencer, de inventar, de entender, de registrar, de aparecer ou simplesmente de expressar os devaneios que giram dentro da minha cabeça; eu não sei.
Todos têm uma certa culpa nesta minha escolha. Os que criticaram, incitaram -me. Os amigos apoiaram ou intimidaram-se diante da minha determinação. As professoras de literatura e redação têm culpa, foram muitas e não me esqueço delas. Os meus autores têm culpa. As palavras têm culpa, me perseguem, se juntam, viram frases.
Se as palavras não existissem, o pensamento teria forma?
Serão apenas alguns fragmentos, dias Mingau e dias Sopa.
Os dias mingau são sempre mais densos, consistentes. Os sopa, mais ralos, às vezes aguados. Um não é melhor que o outro. Mingaus e sopas podem ser doces, salgados, amargos, ácidos, crocantes, perfumados, coloridos, insossos, inodoros, claros, escuros, assim como os dias.
Talvez seja apenas mais uma tentativa desesperada de transcender, revolucionar o meu simples dia a dia.
Então, que assim seja: - espelho, espelho meu...