terça-feira, novembro 15, 2005

Feriado em família

Domingo eles chegaram.
A última vez que nos vimos foi no dia dos pais. Eu sempre aproveito o cansaço e vou empurrando os encontros, mas isso sempre me causa incômodo. Um incômodo onde se situam minhas raízes.
O apartamento fica mais vivo. Sentimentos, lembranças, aromas, delícias, graça, palavras por todos os cantos, cumplicidade.
Um passeio que poderia ser muito bobo e é, mas foi para sempre. A torre do Alta Vila. Assim como quando fomos ao cinema assistir Central do Brasil. Instantes em que me sinto privilegiado e que o mundo poderia explodir no minuto seguinte.
Há 14 anos não moramos mais juntos, desde então tento fazer com que cada reencontro seja único.
Uma certa insanidade nos rege, nos une e a mim particularmente, fortalece. Às vezes passo horas a lembrar da minha infância. Pensando em tudo o que fizeram e deixaram de fazer por mim. E não foi pouco... sou o filho caçula. Sim, eu fui e ainda sou mimado, mas não se preocupe, não sou estragado.
Assistimos ao dvd: Os Aspones. Minha mãe achou bobo, mas riu, meu pai mais moderno, gostou. Meu irmão se alternava entre risos e cochilos. Eu gosto muito.
Fomos a diversos lugares. Da Far East ao Mercado Central.
Eu não trocaria estes dias por nada.
E porque sei que um dia tudo isso vai acabar, abre-se um abismo no meio do meu peito. O tempo não dá uma trégua.
Hoje a tarde voltaram para o endereço que repeti exaustivamente durante muito tempo da minha vida, o endereço para onde sempre volto e me acho.
Amanhã tudo volta ao seu lugar, por hora talvez Adélia Prado me conforte.

p.s.:Fernanda, obrigado por tanto carinho e pela homenagem, um luxo.

4 comentários:

Anônimo disse...

ÊÊÊÊÊÊÊ!!!!! Feriado em família sempre traz um pouco do que passou e deixa um pouco do que nos tornamos. Se ficamos frios e sem marcas, ele é um tédio. Se fomos crianças felizes e não sabíamos, o feriado se torna um momento fantástico como a Fábrica de Chocolates.
Estive no sítio com meus avós, comendo castanha e broa de fubá; sentindo cheiro de terra. Muito bom!
Ah!!! Obrigada pelo PS. Você que é um luxo!
Beijos

Anônimo disse...

Fessor!!!!
PAssei p retribuir o carinho... meio nostalgico seus utimos post...mas concerteza morar longe da família num é facil....



"gosto de mais docê!"

Anônimo disse...

É tão bom ouvir coisas de quem tem o que dizer e sabe como fazer isso. Rotinas, sensações ou quaisquer outras manifestações do dia a dia se tornam tão bonitos e especiais. Família, amigos... Encontros e desencontros. Hoje ainda pensei em vc, eu me esqueci o dia da apresentação dos projetos orientados por vc =). O que há de mais especial em encontrar as pessoas que gostamos é que elas carregam um pouco da gente, da nossa história, coisas que às vezes nem nós mesmo lembrávamos mais... E a magia está aí, pois em cada encontro ou lembrança nos tornamos ?mais nós mesmos? e entendemos melhor o que somos e como chegamos até aqui...então só pra concluir: você também tem culpa!!! Bjos e adorei o blog =)

Anônimo disse...

Flavinho, todos os dias eu molho meu querido cactus...mas ele não cresceu ainda. E todos dias eu penso em vc...sinto muita vontade de te ver. Tô com saudade, mas ler um pouco de vc aqui foi muito bom, vc aquece, igual seus abraços de carneiro! Pare e respire fundo, perceba meu abraço super apertado! ;*